Estar extremamente feliz e grato por viver esta época é possível sim. Possível para quem sempre se sentiu desajustado do que vínhamos vivendo, para quem a determinada altura vivia um sentimento de não pertença, de viajante no tempo em terras desconhecidas tal colono desbravador. Feliz sim, porque observa de uma forma evidente o início da regeneração daquilo que a humanidade tem sido à milhares de anos.
Para quem se sente fazer parte de uma minoria, uma desperta minoria, deve estar feliz e sentir-se um privilegiado por finalmente sentir que algo se está a ajustar ao que essa minoria vinha preconizando.
Feliz e grato por ter consciência do que está a acontecer neste tempo, por fazer parte desta transição que agora se torna tão mais evidente. Feliz e grato por conseguir mais do que entender, sentir, que não é hora de resistência, mas sim de aceitação, de união com o que mudança nos pede, pela nossa integração energética e pela elevação dos nossos valores.
É tempo de colaborar com o bem que nem sempre é entendido, pois até ele e confundido com o mal pelas mentes que se agarram ao velho. A evolução dói, são as dores do crescimento que teremos inevitavelmente que passar, pois a dor com consciência tem um enorme potencial evolutivo.
Devemos ser gratos, simplesmente aceitar a vida sem qualquer réstia de medo, fazer por ela, escolher sempre por ela porque nos foi dada, porque nos foi proporcionada, um privilégio que não é para todos.
Sejamos gratos, tenhamos esperança, porque a terra, o Universo evolui por aquilo que cada um de nós faz e é, e não para benéfico deste ou daquele. Cada um colherá o que semeia. Evoluímos como um todo, é a expansão do todo que exige a nossa expansão individual da consciência.
Cada um fará a suas escolhas, não se trata de quem evolui ou quem não evolui, pois já todos estamos nesse processo, trata-se sim do escolher o tempo que cada um levará a sair deste estado, desta densidade física para passar a patamares evolutivos mais elevados, onde a lei do carma já não existe, onde o sofrimento deixa de ser a sua grande ferramenta, não quer dizer com isto que não tenhamos que aqui voltar, mas todo o trabalho agora feito será fundamental nesta longa caminhada.
O momento pede leveza, serenidade, aceitação, mas também pede, renovação, regeneração interna, ação e expansão dos novos valores para que a tomada de consciência cresça e cada vez mais as pessoas consigam, de uma vez por todas, perceber o que têm de fazer nas suas vidas, para onde se devem voltar, o que devem soltar, reformular as crenças os dogmas que as aprisionam ao velho, ao que já não cabe nesta nova Era.
Da resistência resultará a inevitável partida antecipada e cada vez com menos sofrimento, pois essas decisões estão a ser tomadas mais rapidamente, o que vivemos é prova disso, assim será durante os próximos tempos e os próximos anos.
Não estamos a ser pessimistas porque se todos entendemos o que se passa na passagem do verão para o outono, do inverno para a primavera, não tem como ser diferente do que estamos a viver, somos essa natureza, fazemos parte dela. Esse é o grande equívoco da humanidade, julgar que está acima da natureza, ou apenas usá-la para o que lhe convém. Ela irá sempre lembrar-nos que estará acima de nós sempre que tentarmos perverter a sua ordem, a ordem do universo.
Ter um entendimento sobre um estado de felicidade e gratidão relativamente ao momento atual, terá sempre que ser focado na perspetiva do que virá depois e nunca ficar mergulhado no sofrimento imediato, no medo ou na inércia. Toda a viagem tem um ponto de partida um percurso e um destino, tudo faz parte dela, adquirir consciência do ponto de partida e aprender a usufruir do percurso fará do destino outro ponto de partida.
Não é hora de ficar à espera que isto passe, é hora de viajar para dentro, só isso basta, saber o que fazer virá naturalmente, depois é preciso coragem sempre muita coragem e determinação, sem ela a inércia vencerá e a vida irá diluir-se inutilmente no tempo, se não, espere para ver.
Carlos Dionísio
22/02/2021
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