Seja Feliz Agora, não amanhã, não no próximo fim de semana, não na próxima viagem, não na próxima festa. AGORA neste preciso instante em que lê estas linhas, pare um pouco depois de ler este parágrafo, onde quer que esteja, e observe-se, pergunte a si mesmo se é feliz agora. Quais as coisas e situações que ocupam a sua mente e que contribuem para o estado em que está? Gosta do que está a fazer neste instante? As pessoas à sua volta trazem-lhe harmonia? compreensão? amizade? amor? Se se sente feliz agradeça este instante, e se não se sente, agradeça também porque você está a viver um momento de reflexão sobre a coisa mais importante na sua vida: Você.
…. Então? Conseguiu? Foi difícil?
A felicidade é para o ser humano a grande busca e objetivo em todas as fazes da vida, no entanto, e apesar de todos a quererem alcançar, poucos a sabem definir, o que não deixa de ser um contrassenso. Buscamos algo que verdadeiramente não sabemos o que é. Parece que para lá da suposta felicidade alcançada ainda há mais felicidade por alcançar, num processo sem fim. Em geral as pessoas buscam apenas uma ideia de felicidade, quase sempre associada a alguma forma de prazer, em que acreditam e pela qual lutam, e que uma vez alcançada lhe trará esse estado tão pretendido. Essa ideia pode ter a ver com tudo o que o ser humano, de uma ou de outra forma pode imaginar, seja material, afetivo ou relacional. O que é comum é que essa ideia está sempre projetada no futuro; parece-nos que nunca se é feliz, mas estamos sempre a fazer por isso, por vezes, a vida toda.
A vida é um grande palco, com um enorme cenário, uma grande ilusão na qual somos envolvidos. Um palco único, sem plateia, pois ninguém quer assistir; todos querem ser protagonistas; todos querem fazer parte dessa representação que não leva a lado nenhum, se não ao fecho da cortina num final de ato. Esquecemos inexplicavelmente que a realidade está do outro lado, na plateia, do lado de quem assiste, de quem em consciência observa a azáfama de um palco onde todos se atropelam para chegar à frente para receber os aplausos.
É comum observar em quem alcança o suposto ideal de felicidade que perante esse momento, não sinta nada que possa ser chamado verdadeiramente de felicidade. Como se de repente o ideal pelo qual tanto lutou e esperou, se esfumasse e desse lugar a um vazio, sim apenas isso, um vazio momentâneo que logo de seguida fica preenchido com mais um objetivo a seguir. O ego não nos quer felizes, quere-nos em constante luta, por isso, enquanto lhe dermos voz, ele fará o seu papel.
Ser Feliz Agora, pode não ser fácil, pois não é uma questão de querer, mas sim de conseguir sê-lo. Não se está feliz, É-se Feliz, e esse estado leva-se para a vida em todos os momentos. Este momento que agora observa é o resultado de todos os momentos anteriores da sua vida, de todas a decisões que tomou, pensamentos, sentimentos, emoções, etc. Por isso, mesmo que o queira, pode não ser fácil, dependendo da qualidade de tudo o que viveu. Uma coisa é certa, se não se sente feliz é porque houve algo lá a trás que não fez bem. O primeiro passo para corrigir isso é aceitar. Aceitar, descer à plateia e primeiro que tudo, antes de olhar o palco, observar-se, pois é aí que você encontrará todas as respostas e soluções. Isto já é uma forma positiva de viver o momento atual e que terá reflexo nos que se seguirem.
Quando se senta na plateia e observa o palco você vê por onde andou, e estar aí sentado traz-lhe um estado de consciência que lhe permite saber o que fazer, o que mudar em si para que passe a viver o estado de felicidade, alicerçado nos valores da sua alma e não levado pela influência do drama que se passa em palco.
Muitas vezes não somos felizes porque queremos viver uma vida que não é a nossa. – E como poderemos saber isso? – Sabemos; se dermos ouvidos à nossa voz interior, àquela que nos fala nos momentos em que aceitamos, em que fazemos concessões, em que nos deixamos levar pelos outros, por aquilo que idealizam por nós. Sabemos; quando nos deixamos arrastar dia após dia; quando o desconforto nos sopra ao ouvido o que temos de fazer, de mudar algo, mas não o fazemos. Sabemos; quando subimos ao palco das maiorias e nos deixamos levar por um enredo onde nos fazem acreditar que a felicidade, está naquela casa que não temos, naquela relação que teremos, naquela viagem, naquele objeto, naquela roupa, ou até no fundo de uma garrafa de whisky. Tudo serve para seduzir quem nasce sedento de felicidade.
Nascemos para ser felizes, num ambiente, numa família, numa sociedade que nos diz desde o primeiro momento que a felicidade se conquista se seguirmos o que prepararam para nós, se fizermos o “certo”.
Todos nascemos em condições diversas, cada um com as que precisa para resolver esta questão da felicidade que está intimamente ligada à evolução do Ser. Ninguém conquista a felicidade sem antes saber quem É, só assim saberá o caminho a percorrer para a alcançar. Os caminhos são sempre muito diferentes, mas o ponto de chegada será o mesmo, o mesmo estado de alma, os mesmos princípios, os mesmos valores, a mesma luz, o mesmo amor incondicional.
O autoconhecimento é assim, a chave que abre a primeira porta na busca da felicidade. Passa não só por saber quem foi, o que não quer ser, o que não quer repetir, aceitar os seus defeitos, potenciar as suas capacidades, etc, mas também, por reformular e fazer emergir todas as questões emocionais e cármicas, que muitas vezes ofuscam a nossa capacidade de mudança. Essas questões encontram-se ao nível do inconsciente, obrigando-nos a viver situações e estados energéticos que refletem e nos confrontam com assuntos que temos de resolver. O inconsciente está impregnado de vivências e padrões que se repetem vida após vida; só depois te tomarmos essa consciência e nos libertarmos, é que podemos viver em plenitude. Resolver estas questões é quase sempre, tomar consciência delas, ver onde elas se manifestam na nossa vida, aceitar e perdoar. Depois disso, uma nova centelha libertadora se apoderará de nós, revelando-nos vontades que não existiam, capacidades que estavam reprimidas, uma nova energia motivadora que passa a envolver-nos e que nos impulsiona para o conhecimento cada vez mais profundo de nós mesmos. À medida que isso acontece, o estado de consciência vai aumentando, (voltando à nossa imagem metafórica) cada vez nos identificamos menos com o que se passa nesse palco, preferindo estar na plateia, buscando novos cenários como se de um palco rotativo se tratasse; palcos que espelhem o nosso estado de alma.
Todos merecemos ser felizes e trazemos connosco a possibilidade e capacidade de o ser, independentemente das condições em que nascemos. Esta é uma questão que pode ser polémica, merecendo certamente mais aprofundamento, no entanto levar-me-ia para outro campo que tem a ver com o estado evolutivo de cada alma, não se prendendo por isso, com o propósito desde texto.
Todos temos oportunidades durante a vida para conseguir ser felizes, não oportunidades ilusórias, de conquistas materiais ou do ego, mas sim oportunidades muitas vezes manifestadas pela dor e pelo sofrimento e que nos empurram para a tal viagem interior a que a grande maioria resiste em fazer. Não precisa de ser obrigatoriamente pela dor e pelo sofrimento, quando isso acontece, é porque já muitas oportunidades surgiram e nem sequer nos apercebemos que o eram. Isto porque o registo vivencial é para fora, é reativo ao que vem de fora e não introspetivo. Não praticamos a ordem interna, somos por isso incapazes de percecionar algo que não se manifeste à frente dos nossos olhos ou que fuja dos parâmetros do entendimento racional. Os sinais de dor ao longo da vida, são de ordem crescente, este é o mecanismo do Universo para que ao manifestar-se na matéria e no corpo, as pessoas sintam a necessidade de mudança, no entanto nem sempre entendem esses sinais como mensagens subtis para algo mais profundo. Tudo é aparentemente obra do acaso.Podemos até afirmar que quando a vida nos pára, pode ser uma excelente oportunidade de começar algo novo, rumo à felicidade.
Procuramos quase sempre, a felicidade no lugar errado porque somos levados a isso, mas também porque aceitamos e nos conformamos. Isto de ser feliz dá trabalho, ninguém disse que era fácil.
Para Ser Feliz é preciso escolher sê-lo! – Quando isso acontecer, tudo o que precisa fazer, virá até si, simplesmente porque você merece. Merece viver sem culpa, sem violência, viver rodeado de carinho, amor e compreensão, envolto na leveza do Ser. Para que isso aconteça tem que escolher viver nessa vibração, nessa energia, só assim tudo isso virá até si.
A felicidade não pode ser uma busca, um objetivo em si mesmo, mas sim uma consequência natural do seu estado de consciência; da evolução que operar em si; ela vem sempre por acréscimo e por merecimento.
Faça a sua escolha… Agora…🙂
Carlos Dionísio🙏
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